domingo, 8 de novembro de 2009

Paulo Freire condena a escola conservadora, tradicional, denominada por ele de “Educação Bancária”, pois oferece o ensino onde o professor deposita o conhecimento no aluno, onde a idéia de ensinar é de transmitir saber, é acomodar esse aluno.
Freire defende uma educação libertadora, onde os alunos são agentes ativos no processo ensino-aprendizagem. Nessa proposta de educação, a valorização da cultura do aluno é fundamental, é trazer as vivências, as experiências, dúvidas, medos e frustrações, desse aluno para dentro da sala de aula. Trabalhar com isso de maneira que os alunos descubram soluções para seus medos e frustrações, o professor não mostra o caminho, ele é um coordenador de atividades que organiza e atua conjuntamente com os alunos, fazendo com que os próprios alunos sejam agentes do seu aprendizado, nesta sala de aula os dois (aluno e professor), aprendem juntos. Como diz na Leitura 1: Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência: “Os homens se educam entre si e mediados pelo mundo

As propostas de Centro de Interesse, Projeto de Trabalho e Temas Geradores se inspiram nessa Educação, onde possibilitam uma troca de idéias, dúvidas e experiências entre professor e aluno, com isso a atuação educativa é um processo de criação e recriação do conhecimento. Como diz Freire: “o objetivo da escola é ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo”.

Acredito que o professor para trabalhar com essa proposta de Educação Libertadora, a qual defende Paulo Freire, o diálogo deve estar presente em sala de aula, pois o diálogo é uma exigência existencial, é através dele que podemos refletir e agir e o mundo transformar. O professor deve estar preparado para saber falar e para saber ouvir, como diz na leitura 2 - FREIRE, Paulo. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade. In: _____. Pedagogia do Oprimido. 40ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. p.89-101: “a auto-suficiência é incompatível com o diálogo”.

Sabemos que nas escolas atuais, ainda existe uma preocupação em passar os conteúdos programados pelos Planos de Estudos, devemos ter em mente que isso não é principal e sim a utilização destes conteúdos para a compreensão da realidade. Um exemplo que lembro ter realizado em sala de aula, onde os alunos aprenderam algo para sua vida, foi quando trabalhamos o projeto "alimentos", que montamos um mercado na sala só com embalagens de produtos trazidos de casa, usamos dinheirinho de brinquedo. Foi muito bom, pois isso é algo que eles participam em casa com os pais, mas poucas vezes eles mesmos utilizam o dinheiro, conhecer, saber dar o troco, somar, diminuir. Acredito que foi um aprendizado que eles levaram pra vida.

Um comentário:

Melissa disse...

Ótima postagem, parabéns! :-)