domingo, 13 de dezembro de 2009

Realmente numa Educação de Jovens e adultos a diferença entre os dois é grande,
os interesses são diferentes causando conflito de opiniões, pois tanto o jovem quanto o adulto buscam o ensino com objetivos diferentes. Apesar do adulto ter mais dificuldades na aprendizagem, estas são superadas na medida em que o mesmo tem maior comprometimento, apresentando diferentes habilidades e tendo consciência de sua limitações. O pensamento dos adultos é de crescimento pessoal e profissional. Eles querem mais oportunidades, melhorar a vida dos filhos e poder concorrer com a população por um emprego melhor. Já o jovem tem o pensamento mais momentâneo. Eles querem terminar logo o estudo para se "livrar" dessa obrigação. O jovem ainda não tem família para sustentar, então às preocupações são outras. Eles querem o diploma para conseguir ingressar no mercado de trabalho. Estudam por que os pais obrigam. No texto de Oliveira encontram-se muitas contribuições para compreender melhor quem são os alunos da EJA, entre elas:

“O adulto está inserido no mundo do trabalho e das relações interpessoais de um modo diferente daquele da criança e do adolescente. Traz consigo uma história mais longa (e provavelmente mais complexa) de experiências, conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas.”

Os alunos jovens e adultos buscam uma identidade, uma referência, uma certeza, uma aceitação perante a sociedade e a família. A escola neste caso infelizmente não leva em consideração as vivências dos alunos, sua bagagem e sua realidade não é valorizada, acredito que por esse motivo acontece tanta evasão escolar.

Slide 1
Existe uma distinção nas classes da EJA, nos alunos jovens e adultos que frequentam as mesmas salas de aula. “O aluno jovem esta mais ligado em atividades de trabalho e lazer mais relacionadas com a sociedade letrada, escolarizada e urbana. Enquanto o adulto traz consigo conhecimentos acumulados e reflexões sobre o mundo externo, sobre si mesmo e sobre as outras pessoas”. O grupo no EJA é muito heterogêneo eles têm mais facilidades de se expressarem oralmente, mas na linguagem escrita tem muitas dificuldades. O aluno jovem tem a linguagem mais voltada para a gíria e um pensamento abstrato pouco desenvolvido. O aluno adulto tem uma linguagem mais tradicional, mais rica, por causa de suas vivências e experiências. Tem o pensamento abstrato mais desenvolvido. Algumas concepções dos alunos da EJA se tornam, até mesmo, impedimentos para a apropriação dos conteúdos escolares. Muitos, por não se distanciarem da realidade vivida, não conseguem interpretar, recontando textos conforme o seu ponto de vista, modificando a história ao sabor de suas experiências e valores; sem distinguir o que está escrito do que ele pensa sobre o que está escrito. Eles interpretam o mundo a partir da sua “concretude”, ou seja, de se mostrarem extremamente implicados em seus contextos, dificultando, assim, a apropriação dos conteúdos escolares que, sendo de origem científica, lidam com conceitos e representações historicamente construídos e direcionam o pensamento rumo ao abstrato. Quando refletimos como estes jovens e adultos pensam e aprendem devemos levar em consideração que estas pessoas não são crianças, são os excluídos da escola e são membros de determinados grupos sociais. É preciso que a educação esteja – em seu conteúdo, em seus programas e em seus métodos – adaptada ao fim que se persegue: permitir ao homem chegar a ser sujeito, construir-se como pessoa, transformar o mundo, estabelecer com os outros homens relações de reciprocidade, fazer a cultura e a história...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Deficiência auditiva ou surdez é a incapacidade parcial ou total de audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças. No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo, compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de comunicação entre surdos e ouvintes. Atualmente, a educação inclusiva é uma realidade em muitos países. Para conversar com uma pessoa surda eu aprendi algumas coisas com minha prima como, manter o contato visual, é importante que a pessoa surda olhe para a pessoa com quem está conversando. Tentar compreender os gestos que a pessoa surda faz, às vezes te mostrando algo. Para interagir com pessoas surdas acredito ser importante conhecer o mínimo da linguagem de sinais, entender as reações dessa pessoa quando não consegue ser entendida, pois tem algumas pessoas surdas que ficam irritadas com isso. É importante conhecer nosso aluno suas necessidades, sua situação cotidiana. Precisamos estar preparados para aprender com ele, compartilhar caminhos, compreender a complexidade e a diversidade através da abertura de canais para o diferente, o que não é meu, nem igual ao meu, mas por isso mesmo, merece respeito.


domingo, 29 de novembro de 2009


AVALIAR

Esta última leitura feita sobre "avaliação", da interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação, foi uma leitura muito interessante, clara e bem significativa. Realmente muitos professores não entendem sobre o verdadeiro significado e funções da avaliação, mesmo demonstrando uma postura anti-tradicional, na prática não é assim, ocorre aplicação de provas e testes com base no cognitivo e na memorização, esquecem o pensamento, o raciocínio e a capacidade individual do aluno. Com base na atuação do professor, uma das dificuldades é a falta de preparo específico e de atualização para exercer a tarefa de avaliar, mesmo em uma postura tradicional. Para Cunha (1995, p.44), “aquilo que a pessoa diz ou faz está moldado consciente ou inconscientemente pala situação social. São as experiências e as condições de vida que fornecem a formação dos conceitos e do desempenho do indivíduo”. O professor preocupado com sua postura ética assume o papel de orientador, facilitador da aprendizagem. Cria condições para que o aluno aprenda, construa seu conhecimento. Esse aluno é reconhecido como pessoa única, tal qual ele é. É valorizado o contexto individual de cada aluno.
Trabalho com 2º ano, e procuro avaliar meu aluno, durante todo processo ensino-aprendizagem, usando vários recursos possíveis, como desenho, atividades lúdicas, jogos, escrita espontânea, as atividades em grupo, as individuais, atividades dirigidas, brincadeiras no pátio, passeios, o respeito e o comprometimento com suas responsabilidades, como o tema de casa, o capricho com seu caderno. Tudo que eles fazem eu procuro observar as reações, as descobertas, as aprendizagens e as dificuldades. Tenho um caderno de acompanhamento e faço minhas anotações: Ex: Hoje o aluno “B” conseguiu fazer o desenho da sua família. O aluno “D” está com dificuldade em jogar o jogo da memória. Não é todos os dias que realizo as anotações e sim quando acho necessário ou quando noto alguma mudança em um determinado aluno.
Agora no final do ano preciso dar uma nota ao meu aluno, sendo que até agora ele recebeu pareceres descritivos, sinto dificuldade, pois é complicado avaliar uma criança dando uma nota, medir a o seu conhecimento. Isso deve ser feito com muita calma e responsabilidade, temos que olhar nosso aluno como um indivíduo único, levando sempre em consideração seu contexto de vida e seu crescimento como um todo.
Utilizo os resultados da avaliação para identificar onde meu aluno está com dificuldade, onde posso ajudá-lo e para levar os resultados ao conselho de classe, que é feito antes da entrega de boletim, juntamente com direção e coordenação. Acredito que devemos aperfeiçoar nossa posição de avaliação dando menos ênfase para as notas e valorizar mais o crescimento do nosso aluno como um todo. Como diz Lúdke: “ele aprende toda hora: na dúvida, na pergunta, no relacionamento entre os colegas, no conteúdo trabalhado em turma, na dúvida ou explicação do colega(...) E nós professores precisamos estar atenta a isso e favorecer a aprendizagem contínua.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

sorobã / ábaco
O sorobã ou ábaco, aparelho de cálculo de procedência japonesa, adaptado para o uso de deficientes de visão. É utilizado na realização das operações matemáticas (adição, subtração, multiplicação, divisão, radiciação, potenciação).
Este sorobã da imagem é o mesmo que usamos na nossa escola, é prático e os alunos aprendem com facilidade. Exige concentração do aluno, mas por incrível que pareça concentração é o que eles mais tem. Os alunos recebem os cálculos a serem feiros em braille, efetuam o cálculo no sorobã e colocam as respostas em braille na mesma folha.
O Sorobã é um aparelho de cálculo usado já há muitos anos no Japão pelas escolas, casas comerciais e engenheiros, como máquina de calcular de grande rapidez, de maneira simples.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA

Todos nós sabemos que a criança desde pequena já possui a intenção de escrever, às vezes só com desenhos e algumas vezes com algumas palavras ou letras soltas. O estímulo da família é de grande importância nesta fase de desenvolvimento da escrita. Lendo o texto: "Consciência Fonológica:o que é. para que serve e qual sua relação com o aprendizado da leitura e da escrita?(Jornal Letra A - jun/jul.2005) conclui que a consciência fonológica é a capacidade de analisar os fonemas e de relacionar esses fonemas com as "letras", e essa capacidade é a última que a criança tende a adquirir. Acredito que quando a criança consegue fazer esta relação "fala/escrita", ela começa a entender o processo de leitura e escrita. No texto tem uma parte que me chamou a atenção: "Pesquisas das últimas décadas apontam que a criança formula hipóteses e constrói conhecimentos ao se familiarizar com as formas de escrita do dia-a-dia e ao refletir, com o professor, Asobre a natureza e o funcionamento da língua escrita".Realmente acredito e noto na sala de aula que os alunos quando estimulados formam hipóteses e constrói conhecimentos, pois quando realizo a atividade de escrita espontânea é um momento onde eles estão criando hipóteses para esceverem sozinhos, precisam de alguma maneira me contar algo e formam assim seu conhecimento eu fico como mediadora, desafiando e fazendo eles trocarem ideias até concluirem e resolverem seua pequenos problemas.





quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Após a leitura dos textos sugeridos, pela interdisciplina LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRA, notei que a educação de surdos está em constante mudança e a presença do professor surdo, ou que saiba a língua de sinais em sala de aula, recebe grande importância, pois os alunos surdos geralmente não se comunicam em casa, com a presença desses profissionais em sala este aluno se sente mais seguro e com perspectiva para seu futuro. Esse professor torna-se um líder para o aluno surdo. Vivenciei uma experiência semelhante a esse comentário feito. Levamos nossos 3 alunos D.V. para conversar com o professor Ramos em Porto Alegre, no Instituto Santa Luzia, pois estávamos com dificuldade em introduzir a matemática através do sorobã. Este professor também é D.V.. Eu e mais 3 professores fomos junto para auxiliar em caso de necessidade, mas ao contrário do que prevíamos, ficamos as 3 sentadas só observando o professor ensinando os 3 com a maior facilidade interagindo com o professor. Foi algo surpreendente, pois os 4 cegos se deram melhor sem nossa presença do que com a gente tentando auxiliar.

domingo, 8 de novembro de 2009

Paulo Freire condena a escola conservadora, tradicional, denominada por ele de “Educação Bancária”, pois oferece o ensino onde o professor deposita o conhecimento no aluno, onde a idéia de ensinar é de transmitir saber, é acomodar esse aluno.
Freire defende uma educação libertadora, onde os alunos são agentes ativos no processo ensino-aprendizagem. Nessa proposta de educação, a valorização da cultura do aluno é fundamental, é trazer as vivências, as experiências, dúvidas, medos e frustrações, desse aluno para dentro da sala de aula. Trabalhar com isso de maneira que os alunos descubram soluções para seus medos e frustrações, o professor não mostra o caminho, ele é um coordenador de atividades que organiza e atua conjuntamente com os alunos, fazendo com que os próprios alunos sejam agentes do seu aprendizado, nesta sala de aula os dois (aluno e professor), aprendem juntos. Como diz na Leitura 1: Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência: “Os homens se educam entre si e mediados pelo mundo

As propostas de Centro de Interesse, Projeto de Trabalho e Temas Geradores se inspiram nessa Educação, onde possibilitam uma troca de idéias, dúvidas e experiências entre professor e aluno, com isso a atuação educativa é um processo de criação e recriação do conhecimento. Como diz Freire: “o objetivo da escola é ensinar o aluno a "ler o mundo" para poder transformá-lo”.

Acredito que o professor para trabalhar com essa proposta de Educação Libertadora, a qual defende Paulo Freire, o diálogo deve estar presente em sala de aula, pois o diálogo é uma exigência existencial, é através dele que podemos refletir e agir e o mundo transformar. O professor deve estar preparado para saber falar e para saber ouvir, como diz na leitura 2 - FREIRE, Paulo. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade. In: _____. Pedagogia do Oprimido. 40ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005. p.89-101: “a auto-suficiência é incompatível com o diálogo”.

Sabemos que nas escolas atuais, ainda existe uma preocupação em passar os conteúdos programados pelos Planos de Estudos, devemos ter em mente que isso não é principal e sim a utilização destes conteúdos para a compreensão da realidade. Um exemplo que lembro ter realizado em sala de aula, onde os alunos aprenderam algo para sua vida, foi quando trabalhamos o projeto "alimentos", que montamos um mercado na sala só com embalagens de produtos trazidos de casa, usamos dinheirinho de brinquedo. Foi muito bom, pois isso é algo que eles participam em casa com os pais, mas poucas vezes eles mesmos utilizam o dinheiro, conhecer, saber dar o troco, somar, diminuir. Acredito que foi um aprendizado que eles levaram pra vida.

domingo, 25 de outubro de 2009


Lendo o texto de HERNÁNDEZ, Fernando; MONTSERRAT, Ventura. "Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares." In: _____. A organização do currículo por Projetos de Trabalho. 5ª edição, Porto Alegre: Artmed, 1998.Fiquei pensando o quanto é desafiador trabalhar com a Pedagogia de Projetos, pois exige do professor um trabalho de paciência e de dedicação em todas as séries. A Pedagogia de Projetos pode ser trabalhada em qualquer série, da educação infantil ao ensino médio, sempre de acordo com a idade dos alunos e seus interesses. Noto que às vezes falta um pouco mais de paciência da minha parte, em saber esperar que os alunos encontrem as soluções lógicas, e essa paciência é fundamental para a construção do conheciemento dos alunos. Com a leitura desse texto, acredito que ficarei me policiando mais, para que meus alunos busquem o conhecimento, é difícil ser somente um facilitador. Com meus alunos de 2ºano sempre trabalho com projetos do interesse deles, agora estamos trabalhando os animais, pois um colega ganhou um cavalo do seu tio, todos ficaram curiosos em saber como era o cavalo, fomos até a casa do colega, olhamos o cavalo, conversamos com o pai do menino. Voltamos para sala, desenhamos o cavalo, observamos as letras da palavra cavalo e através da escrita espontânea, cada aluno escreveu o que observou no passeio, realizamos várias atividades com relação a animais. Com isso foi planejado um passeio ao ZOO- Gramado, no dia 9/10, será um passeio legal e todos estão anciosos.

Tanto na Educação Infantil, quanto nas Séries Iniciais o professor deve criar estratégias, atividades e fornecer condições para que os alunos construam seu conhecimento de acordo com a idade e interesse de cada série. Desde pequeno o aluno pode, através do trabalho de projeto, estar envolvido, participando, interagindo na construção do seu conhecimento, como mostrou no vídeo assistido “Vamos passear na Vassoura da Bruxa Onilda?”. Respeitando cada etapa, cada criança no seu tempo e nas suas limitações.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A realidade dos analfabetos no Brasil, é marcadas por muitas tristezas, falta de oportunidade, com isso a questão das escolarização tem peso menor para sobrevivência desse indivíduo. Além de sucessivas tentativas frustradas de se alfabetizar, os alunos que estão nas salas de aula, precisam ter um atendimento que contemple sua realidade, que as propostas de escrita e leitura, tenham realmente alguma função para o sujeito. É necessário despertar nos alfabetizandos um novo significado na forma de ver e viver a vida, buscando enfrentar e superar suas dificuldades como sujeito de suas aprendizagens. Acredito que é preciso ter um planejamento diferenciado que consiga atingir as necessidades desses alunos e ao mesmo tempo, trabalhar em cima das dificuldades que eles trazem, das suas vivências, como diz no texto de HARA, Regina. Alfabetização de adultos: “O processo específico de ler e escrever se desenvolve a partir de uma situação coletiva, que pode ser uma conversa, a leitura de uma manchete de jornal, uma atividade lúdica, um acontecimento, em que todos se envolvam, opinam, contribuem e pedem contribuição”. Respeitando sempre o ritmo de cada um, assim como na formação do pensamento das crianças há etapas de desenvolvimento, para os adultos também e essas etapas devem ser respeitadas pelo professor. Quero deixar uma frase que li neste mesmo texto, que mexeu comigo: “....mais importante do que escrever certo é escrever o que sentem vontade de escrever...”. Penso que nós professores temos que ter essa frase presente no nosso dia a dia de sala de aula, independente da turma, idade ou série. Noto nos meus alunos pequenos, a felicidade deles quando escrevem um bilhete pra mim, sem compromisso com certo ou errado, quando eles escrevem o que sentem, se estão tristes ou alegres. Isso pra eles é mais importante do que qualquer cópia de texto sem significado pra eles. Adorei ler esse texto me identifiquei muito com ele, o que foi dito não é novidade, mas é bom ouvir e refletir, cheguei a conclusão que estou no caminho certo, mesmo nunca ter trabalhado com a EJA, mas as informações do texto é para nossa
vida profissional.

domingo, 4 de outubro de 2009

Para conversar com uma pessoa surda eu aprendi algumas coisas com minha prima, ela hoje tem 26 anos e esta cursando pedagogia à distancia pela ULBRA, ela me ensinou que é preciso manter o contato visual, é importante que a pessoa surda olhe para a pessoa com quem está conversando. Tentar compreender os gestos que a pessoa surda faz, às vezes te mostrando algo.Deficiência auditiva ou surdez é a incapacidade parcial ou total de audição. Pode ser de nascença ou causada posteriormente por doenças. Conversando com minha prima ela me contou que no passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo, compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade de comunicação entre surdos e ouvintes. Atualmente, a educação inclusiva é uma realidade em muitos países. Para interagir com pessoas surdas acredito ser importante conhecer o mínimo da linguagem de sinais, entender as reações dessa pessoa ao não ser entendida, pois tem algumas pessoas surdas que ficam irritadas com isso. É importante conhecer nosso aluno suas necessidades, sua situação cotidiana. Precisamos estar preparados para aprender com ele, compartilhar caminhos, compreender a complexidade e a diversidade através da abertura de canais para o diferente, o que não é meu, nem igual ao meu, mas por isso mesmo, merece respeito. Penso que aprenderemos muito mais com a interdisciplina de LIBRAS...estou curiosa!!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009


Lendo o texto\\\"Alfabetização e Pedagogia do EMPOWERMENT\\\" de Henry Giroux, fiquei me perguntando que palavra é essa. Resolvi fazer uma pesquisa no google sobre o significado da palavra, ao ler as explicações, entendi que o termo empowerment significa delegação de autoridade, confiar nas pessoas, dando-lhes liberdade e autonomia de ação. Uma palavra tão estranha com um significado claro e simples de se entender.
O movimento de empowerment é consequência de uma mudança no significado de autonomia e responsabilidade dos indivíduos, e de uma maior consciência dos mecanismos de discriminação e exclusão que se geram na sociedade. O objetivo do empowerment é lutar contra a opressão, fortalecer em direitos e em participação, grupos, pessoas ou populações sujeitos a discriminação e exclusão. Favorece a participação dos cidadãos na vida social, econômica, política e cultural, e uma distribuição mais justa dos recursos, seria o fim da desigualdade. Para atingir este objetivo tem que haver também um processo de distribuição de poder. Fiquei me perguntando o quanto a minha pedagogia é empowerment, realmente faço pouco neste sentido, às vezes para evitar certos conflitos em aula, acabo decidindo pelo aluno, o que está errado. Mas acredito que uma atividade simples que faço em sala de aula, trabalha um pouco com esse conceito que é o ajudante do dia, onde ele é responsável por algumas atividades, organização da sala, entrega de materiais, é delegado a ele algumas responsabilidades. Como diz no texto: "Ser alfabetizado não é ser livre, é estar presente e ativo na luta pela reivindicação da própria voz, da própria história e do próprio mundo". Penso que essa frase simplifica tudo o que devemos querer do nosso aluno. É uma caminhada longa, temos que ser persistentes e ter paciência.

sábado, 19 de setembro de 2009


Vivemos em uma sociedade em que a "letra", isto é, a escrita está por toda parte e as pessoas precisam "se virar" no seu cotidiano, independentemente de saberem ler ou escrever, independentemente de terem freqüentado uma escola. Portanto há muitas pessoas, chamadas analfabetas, que são "letradas", embora não tenham sido escolarizadas. Como vivem em contato com a escrita, tomam ônibus, manuseiam dinheiro, etc., da sua maneira "lendo", mediadas pelas cores, pelos algarismos, e até pelas letras. Por isso o letramento é um processo que acontece na escola, na igreja, no sindicato ou em outras instituições, é um conceito mais amplo que alfabetização. Como o texto de Kleiman afirma: “a escola, sendo a mais importante agencia de letramento, não se preocupa com o letramento social e sim com um tipo de letramento, o escolar”. Realmente a escola preocupa-se apenas em ensinar a escrever e ler, ensinar o código da língua escrita, entende-se por alfabetizado o indivíduo que aprendeu a ler e a escrever, o que é considerado de fundamental importância para que o aluno avance para as séries seguintes. Com isso o aluno é alfabetizado, mas não é letrado. Ele lê o que está escrito, mas não consegue compreender, interpretar o que leu e isso faz deste indivíduo, alguém com muitas limitações, pois se ele não interpreta ou compreende corretamente, ele terá problemas em todas as disciplinas que fazem parte do seu currículo escolar. Nós professores precisamos valorizar as diferentes formas de letramento, valorizar o conhecimento que cada aluno trás consigo ao entrar na escola e que esse aluno além de aprender a ler e a escrever, possa saltar os muros da escola e enxergar a leitura e a escrita em sua função social. Dentro do possível, nas minhas aulas procuro desafiar os alunos, tentar fazer com que eles achem alternativas diferentes para um problema. Um exemplo simples, foi na hora do conto, onde contei a história dos três porquinhos, onde depois da história contada os alunos deveriam inventar um outro final, mas a Chapeuzinho Vermelho deveria aparecer na história. Eles acharam engraçado, mas todos se divertiram realizando a atividade. Acredito que naquele momento eles usaram além da escrita, muita criatividade. Procuro trabalhar com jornais, eles escolhem um frase do jornal que chamou a atenção e tentam explicar para os colegas do que se trata, dependendo da reportagem, às vezes gera até polêmica.

domingo, 13 de setembro de 2009


PLANEJAR

Lendo o texto: Planejamento: em busca de caminhos. De Maria Bernadette Castro Rodrigues. Fiquei pensando no início da minha carreira de professora, quando eu fazia o planejamento pensando se a supervisora iria gostar, muitas vezes até mostrava para ela antes de aplicar, para ela aprovar ou não. Com isso concordo com a colocação da autora: "o planejamento banalizava-se em um ato meramente burocrático". Realmente o ato de planejar era mecânico e muito pouco voltado ao interesse dos alunos. Com o tempo de trabalho e a experiência penso que mudei, hoje vejo o meu planejamento e noto o quanto está diferente. Acredito que planejar requer criatividade, prioridades, conhecer o seu aluno, sua realidade e ser flexível. Deve-se levar em conta a necessidade de aprendizagem dos alunos, os interesses dos alunos. O planejamento é uma atividade de reflexão sobre o que vamos ensinar; como ensinar; quando vamos ensinar; e o que, quando e como avaliar. É importante o professor ter em mente replanejar o trabalho frente a novas situações que aparecem no decorrer das aulas. Muitas vezes cheguei em sala e meu plano não deu certo, lembro-me de uma certa tarde que cheguei na sala com uma caixa de surpresa onde havia objetos de higiene pessoal, pois iria iniciar o projeto "Higiene", mas ao lado da nossa sala tinha um patrola trabalhando, adivinha, ninguém queria ver a caixa e sim olhar pela janela. O que eu fiz, levei todos os alunos perto da patrola, observamos, conversamos com o motorista, os alunos fizeram perguntas para ele. Ficamos algum tempo lá e voltamos para sala, desenhamos o que observamos e os alunos através da escrita espontânea, escreveram o que foi observado. Acredito que essa aula foi muito mais interessante para os alunos do que minha caixa.
Como diz Paulo Freire:
"Quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender".


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

EJA

Lendo o Parecer CEB no 11/2000 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos - relator: Carlos Roberto Jamil Cury e alguns sites no google que falavam sobre esse assunto pude perceber que a EJA é considerada de grande importância pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, mas este nível de ensino, em muitas administrações municipais e estaduais, ainda hoje é tratado simplesmente como um ensino fundamental e médio normal, mudando apenas o turno das aulas. Os profissionais que atuam na formação de alunos de nível fundamental e médio, na maioria das vezes, são os mesmo que atuam com alunos da EJA. Este é um dos problemas que a educação de jovens e adultos enfrenta hoje. Não tenho experiência em trabalhar com a EJA, mas acredito que um dos ofícios do professor é trabalhar o conhecimento em sala de aula, da forma mais clara possível para que seu aluno possa ter a oportunidade de analisá-lo e questioná-lo, e não apenas absorver informações. Quando se trata de alunos da EJA, o professor também precisa considerar a bagagem de experiência e conhecimento que seu aluno já possui, para transformar as informações já adquiridas por esse aluno em conhecimento útil, isso deve ser feito em qualquer sala de aula, valorizar a bagagem que seu aluno traz.
O preparo de um docente voltado para a EJA deve incluir, além das exigências formativas para todo e qualquer professor, aquelas relativas às características que diferenciam esta modalidade de ensino.
Durante a leitura percebi que são poucas as políticas oficiais públicas de educação de jovens e adultos, e também poucos os centros de formação dos educadores da EJA. O professor com certeza sempre será uma peça importante no processo de aprendizagem e no desenvolvimento da sociedade. Portanto, ele deve ser bem formado e estar em constante aperfeiçoamento.

domingo, 6 de setembro de 2009


LER E ESCREVER

Acredito que ler e escrever é alfabetizar, levar o aluno ao domínio do código escrito. Ao alfabetizar-se, o aluno não está apenas transpondo a língua que já fala para um outro código, mas está aprendendo uma outra língua, a língua escrita, isto porque a língua que falamos não é a mesma que escrevemos, havendo, assim, aprendizagens específicas que devem ser consideradas por nós, professores. A escola vem se constituindo como espaço privilegiado para a aprendizagem e o desenvolvimento da leitura e da escrita, já que é nela que se dá o encontro decisivo da criança com o ler e o escrever. Para muitas crianças, a escola é o único lugar onde há livros, ou a sala de aula o lugar onde os alunos não estão voltados apenas para a televisão. Assim, cabe a ela a tarefa de levar o aluno a ler e escrever, e persistir nesta aprendizagem entre ensaio e erro, a construir suas próprias hipóteses a respeito do sentido do ele lê e do que escreve, a assumir pontos de vista próprios para escrever a respeito do que vê, inclusive na TV, do que sente, do que viveu, do que leu nos diversos suportes que existem, do que ouviu em aula e do que vê no mundo, promovendo em seus textos um diálogo entre vida e escola, mediado pelo professor, um leitor mais experiente. É na escola que a própria TV pode ser vista de uma forma não apenas lúdica, mas também crítica. É na escola que se pode promover, por meio da leitura, as diferentes aprendizagens de cada área de conhecimento e do mundo. Não é, portanto, uma tarefa simples e, no entanto, possui um grandioso alcance na vida de todo e qualquer estudante: crianças, jovens e adultos. Com minha turma de 2º ano gosto muito de trabalhar a escrita espontânea, com ela as crianças escrevem cada um da sua maneira o tema trabalhado, o passeio realizado, a história contada. Num certo dia os alunos chegaram falando muito sobre a novela "Caminho das Índias", o debate era tanto que desafiei a cada um escrever um final para a novela. Foi muito interessante pois eles escreveram da sua maneira, troacaram idéias com colegas sobre palavras que não sabiam escrever, sobre como escrever o nome de um determinado ator ou atriz. Depois cada um apresentou seu final, eles adoraram a atividade e acxredito que aprenderam muito.


sábado, 5 de setembro de 2009


"A escola deve integrar crianças de diferentes proveniências, com inteligências diversas e com diferentes ritmos de aprendizagem. A heterogeneidade pode ser muito benéfica: “convém proceder de modo que os mais lentos se misturem com os mais velozes, os menos inteligentes com os mais sagazes, os mais duros com os mais dóceis, e sejam guiados com as mesmas regras e com os mesmos exemplos, tudo para todos". ( Comenio)

Lendo o texto: "Vida e Obra de Comênio", fiquei impressionda, pois, quando se fala de uma escola em que as crianças são respeitadas como seres humanos dotados de inteligência, aptidões, sentimentos e limites, logo pensamos em concepções modernas de ensino. Também acreditamos que o direito de todas as pessoas – absolutamente todas – à educação é um princípio que só surgiu há algumas dezenas de anos. Mas já se passaram 300 anos e ainda continuamos a lutar por uma educação para todos.
Comênio abordou a questão educacional e a necessidade de dar educação a todos, homens mulheres, de todas as classes sociais, de forma igual. Ouvimos esse mesmo discurso em palestras, reuniões e debates sobre Educação, só que muito pouco mudou em tanto tempo. Comênio chama a atenção para respeitar a capacidade de compreensão do aluno, não sobrecarregar as aulas, progredir do fácil para o difícil, cuidar da motivação dos alunos. Então me questiono: Por que os quadros negros em sala de aula estão cheios de textos para os alunos copiarem, muitas vezes sem saberem do que se trata? Onde está a motivação dos alunos? Onde estamos errando?
A prática escolar, para Comênio, deveria imitar os processos da natureza. Nas relações entre professor e aluno, seriam consideradas as possibilidades e os interesses da criança. O professor passaria a ser visto como um profissional, não um missionário, e seria bem remunerado por isso. E a organização do tempo e do currículo levaria em conta os limites do corpo e a necessidade, tanto dos alunos quanto dos professores, de ter outras atividades. Na minha opinião isso seria a verdadeira "Educaçao Escolar".

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Avaliação é um assunto que cria um conflito intenso na minha escola, pois os professores de area(de 5ª a 8ª) não aceitam essa nota diferenciada, eles defendem a idéia que alunos de inclusão devem ser tratados iguais aos outro no que se refere a nota e rendimento. É difícil para eles entenderemque uma criança inclusiva que apresenta dificuldade na aprendizagem é diferente de uma criança não inclusiva, é fato que ela não pode ser avaliada do mesmo modo. Esses professores ficam preocupados com a disciplina e com o controle dos alunos e esquecem do diálogo e da interação entre os sujeitos.
Como diz Pistóia: "A escola precisa permitir o fluxo de transformações em sua estrutura a fim de possibilitar que, também, os alunos diferentes possam participar do processo educativo."
Outra colocação de Pistóia que enquadrei com a realidade da minha escola, realidade essa de professores de 5ª a 8ª série, pois com os professores de currículo é bem diferente, foi essa:
"É consenso, para a maioria dos professores, que o aluno que está na escola, ali se encontra para aprender. Entretanto, a herança de modelos padronizados de aprendizagem, a onde ele é encarado somente como um indivíduo capaz de responder a estímulos, evidenciando mudanças imediatas e previsíveis de comportamento leva o professor a tecer grosseiras comparações entre o dito "aluno normal" e aqueles que apresenta necessidades educativas especiais."
Enquanto os professores continuarem a fazer esse tipo de comparações será muito difícil esse processo de inclusão de que todos almejam, se tornar realidade. Noto na minha escola que alguns professores de currículo tem atitudes bem diferentes dos professores de area, eles acreditam que o campo de atuação do professor vai além da mera transmissão de conhecimentos, eles defendem a idéia de um ambiente educativo desafiador, com a cooperação, com a solidariedade e respeito às diferenças.
Fico feliz em trabalhar com colegas assim, é gratificante, trocar idéias, experiências, nosso trabalho fica prazeroso e com certeza nossos alunos sentem o mesmo. Vejo que estamos no caminho certo, mesmo com todas dificuldades encontradas, pois não temos auxiliar na sala, os recursos são o mínimo, a rede de apoio é pouca, nem todos professores tem formação continuada e nem todas escolas estão adaptadas para receberem alunos com necessidades especiais. Mas como diz Ana Carolina Christofari, no seu texto: "....o nosso grande desafio é aprender a (con)viver com o outro deixando o medo do desconhecido de lado, para apostar na convivência com o imprevisível.

domingo, 28 de junho de 2009

Para começar gostaria de fazer uma colocação sobre o filme, achei ele muito bom, bastante longo e realmente nos mostra a verdadeira realidade das escolas, das nossas salas de aula, dos nossos alunos e também dos nossos colegas professores. Notei uma certa frieza na escola (estrutura física), na sala de aula (entre aluno-professor) e com os professores. No pátio não havia ambientes definidos para quem queria conversar e para quem queria jogar. Parecia-me tudo muito apertado e os alunos demonstravam um certo desconforto. Teve uma cena que me chamou a atenção, foi numa reunião entre os professores e alguns estavam preocupados com a auto-estima dos alunos, e outros não, a conversa é interrompida e ninguém se preocupa em finalizá-la, mudam de assunto e nada é decidido. Quantas vezes nossas reuniões pedagógicas, nas nossas escolas, são semelhantes a esta, discutimos muito e não resolvemos nada, entra ano sai ano e tudo está na mesma. Na minha escola acontece muito disso quando falamos em inclusão e avaliação, é muita discussão, acaba em conflito e não chegamos a um consenso. Mas eu acredito que as transformações irão acontecer através destas discussões, é preciso que a mudança ocorra dentro de cada um de nós, e que passamos a acreditar no poder de uma educação transformadora.


domingo, 21 de junho de 2009

Este texto foi elaborado partindo dos textos desta interdisciplina e de pesquisa feita no google sobre Doença Mental.
Tendo em conta os fatores econômicos, sociais, culturais e históricos, o ser humano constrói sua identidade nas relações que estabelece consigo mesmo e com outros seres, ao mesmo tempo que transforma a sociedade e por ela é transformado.
Considerando o tempo e o espaço como fatores determinantes quando se trata da inserção social, cabe à escola favorecer aos alunos meios para que possam se identificar como integrantes de um grupo. Do mesmo modo, é preciso que os professores possam entender as relações que os alunos estabelecem no meio físico e cultural, além de reconhecerem e entenderem a diversidade existente numa sala de aula. Observamos que a sociedade possui uma visão de homem padronizada e classifica as pessoas de acordo com essa visão. Elegemos um padrão de normalidade e nos esquecemos de que a sociedade se compõe de homens diversos, que ela se constitui na diversidade, assumindo de um outro modo as diferenças. A dificuldade de superar a visão padronizada de homem está calcada no fato de serem concebidas as diferenças numa perspectiva qualitativa. Em outros termos, a escola tem reproduzido uma visão determinista de sociedade, classificando seus alunos em mais inteligentes e menos inteligentes, uma pessoa é considerada normal quando atende aos padrões que previamente são estabelecidos. Assim sendo, discutir o conceito e o tipo de integração/inclusão/exclusão implica delinear os contornos deste novo paradigma de escola inclusiva. Podemos abominar totalmente a idéia de que o responsável pelo processo de integração é apenas o professor especializado, num reduto denominado sala de aula. Na verdade, é a partir da construção de um projeto pedagógico coletivo autônomo e voltado para a diversidade que a proposta de integração começa a encontrar ressonância e a se contextualizar nos diferentes sistemas de ensino.
A idéia de integração de alunos deficientes mentais na escola de ensino regular tem como objetivo primordial promover a integração social e se constitui numa meta cada vez mais presente nos diferentes sistemas educacionais. Atender a esse objetivo requer o desprendimento das atitudes tradicionais que sustentam o sistema escolar. É necessário que o sistema educacional assuma os objetivos da educação com relevância e desperte no aluno o desejo de desenvolver sua auto-estima. A escola deve fazer intervenções e oferecer desafios adequados ao aluno deficiente, além de valorizar suas habilidades, trabalhar sua potencialidade intelectual, reduzir as limitações provocadas pela deficiência, apoiar a inserção familiar, escolar e social, bem como prepará-lo para uma adequada formação profissional, almejando seu desenvolvimento integral.

O professor, de acordo com o construtivismo, cria situações para que os alunos cheguem ao conhecimento, questionando, investigando e desafiando.

Conforme Piaget - o pensamento infantil passa por quatro estágios (sensório- motor; pré-operatório; operatório-concreto; operatório-formal), desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida. Assim, a criança constrói o conhecimento a partir de suas descobertas, quando em contato com o mundo e com os objetos. Por isso o trabalho de educar não deve se limitar a transmitir conteúdos, mas a favorecer a atividade mental do aluno. O importante é não apenas assimilar conceitos, mas também gerar questionamentos, ampliar as idéias.

Ao realizar este trabalho da interdisciplina de psicologia, fiquei me questionando de como é difícil trabalhar o construtivismo em nossas escolas, onde temos que acompanhar um plano de estudos com conteúdos determinados para cada série, temos um sistema a respeitar e esse sistema não condiz com o conceito de construtivismo, onde não ­adianta ensi­nar a um aluno algo que ele ainda não tem con­di­ções inte­lec­tuais de absor­ver, mas os professores precisam dar a famosa "nota" e chega o final do ano tem a aprovação e reprovação. Parece que trabalhamos numa contradição, pois aceitamos que o aluno tem seu tempo para aprender, mas também cobramos ele uma nota boa. Acredito que trabalho sim com atividades construtivistas, criando situações para que os alunos cheguem ao conhecimento, questionando, investigando e desafiando, dentro do possível crio atividades conforme a realidade deles, desafio eles em buscar soluções a questionamentos. Ex: Agora com a chegada das festas juninas eu questionei eles a respeito da fogueira, quem sabe por que tem figueira e deixei como desafio encontrar em casa respostas para esse questionamento. Eles pesquisaram com familiares, quem tinha computador pesquisou e na segunda-feira cada um apresentou sua pesquisa e eu contei a história da lenda da fogueira. Procuro formar pes­soas com auto­no­mia. Gente que inte­rage com o meio, que tem ­idéias pró­prias e é capaz de criar, com uma visão par­ti­cu­lar do mundo. Mas enquanto as escolas estiverem "presas" a este sistema, educacional, acredito que fica um pouco difícil o construtivismo ter força.

sábado, 6 de junho de 2009

Lendo o texto: Autismo: Atuais interpretações para antigas observações Cleonice Bosa, tem algumas colocações que me chamaram a atenção como: " O estresse familiar em compreender um filho autista, o que acontece com essa crianças." Fiquei pensando quando estamos com uma criança de inclusão na sala de aula o quanto é estressante mesmo, o quanto é importante darmos um olhar mais cuidadoso e uma escuta atenta, permitindo assim descobrir o grande esforço que essa criança faz lançando mão de ferramentas que a ajude a ser compreendida. Essa tarefa realmente é exaustiva e requer muita paciência, estudo por parte do professor e também dos familiares. O que muitas vezes acontece é o cansaço seguido de desistência, é triste, pois tem muitas crianças pedindo um olhar mais atento, precisando da nossa ajuda, às vezes elas até olham, atendem aos nossos estímulos, mas são tão breves que pensamos que não entenderam nada, mas na verdade estão entendendo tudo. Fico pensando nos meus alunos D.V., como eu poderia olhar diferente pra eles e muitas vezes na correria com outros alunos os momentos passam desapercebidos, fiquei me avaliando e quero planejar alguns momentos na sala de aula onde eu fique um pouco mais sozinha com eles, ouvindo, conversando e estimulando eles a novas aprendizagens, acredito que será bom pra mim e muito bom pra eles.

domingo, 31 de maio de 2009

Fazendo a leitura do texto: "Os índios no Brasil - Quem são e Quantos são", percebi que falar de índios no Brasil significa falar de uma diversidade de povos. Muito antes da invasão européia, eram os índios que habitavam nossas terras. Uma denominação genérica, provocada pela primeira impressão que Colombo teve, pensando que tinha chegado às Índias. Mesmo depois de descobrir que não estavam na Ásia, continuaram a chamá-los de índios ou indígenas. Para eles o índio representava um ser sem civilização, sem cultura, incapaz, selvagem, preguiçoso, traiçoeiro etc. Os povos indígenas, por pressão políticas, econômicas e religiosas ou por terem sido despojados de suas terras e estigmatizados em função dos seus costumes tradicionais, foram forçados a esconder e a negar suas identidades tribais como estratégia de sobrevivência. A partir da década de 1970 surge o movimento indígena, onde os povos indígenas chegaram a conclusão de que manter, aceitar e promover a denominação genérica de índio ou indígena como uma identidade era importante, pois une, visibiliza e fortalece todos os povos originários do atual território brasileiro. Com isso o sentido pejorativo de índio passou a ser uma marca identitária, unindo assim os povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns. Não existe nenhum povo, tribo ou clã com a denominação de índio. Na verdade cada índio pertence a um povo, uma etnia identificados por uma denominação própria. Muitos índios negavam suas identidades e se passavam por cabloco, tentando com isso negar suas origens étnicas. Os povos indígenas brasileiros de hoje são sobreviventes e resistentes da história de colonização européia, estão recuperando aos poucos seu orgulho e sua auto-estima identitária, buscam consolidar um espaço na história e na vida multicultural do país. Segundo os dados da FUNASA a população indígena está dispersa por todo o território brasileiro, concentrando-se na região norte o maior contingente populacional indígena e na região sudeste o menor do país. O reconhecimento da cidadania indígena brasileira, a valorização das suas culturas, possibilitaram uma nova consciência étnica dos povos indígenas do Breasil. Ser índio passou de uma generalidade social para uma expressão sociocultural importante do país. O índio de hoje se orgulha de ser nativo, de ser portador de civilização própria. Esse processo de reafirmação da identidade indígena, está ajudando a recuperar a auto-estima dos índios perdida ao longo dos anos de repressão colonizadora.
Sugiro algumas formas de trabalhar sobre o índio em sala de aula:
· Fortalecer nas escolas o ensino da história e da cultura indígena, valorizando essa cultura e identificando-a como contribuição para nossa cultura atual;
· Identificar o índio como cidadão capaz de estudar, trabalhar de ser uma pessoa como qualquer outra, com seus costumes e cultura.
· Assistir filmes, mostra de artes indígenas, entrevistas, pesquisas sobre o índio e sua cultura;

“Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.” (Augusto Cury)

domingo, 24 de maio de 2009

Adorno ressalta que a principal meta da educação deve ser a de evitar que Auschwit se repita, para que a civilização não passe por tudo que já passou. A estrutura básica da sociedade como os seus membros, responsáveis por termos chegado onde estamos, não mudaram nesses vinte e cinco anos e isso nos assusta.Temos de ter sempre presente que mesmo nos dias atuais, onde a educação está mais presente pelo fato de termos uma quantidade maior de recursos do que na época de Auschwitz, o mundo não dá tanto valor a ela sendo forma de desbarbarização. Ao falar de educação Adorno ressalta a importância da educação infantil, principalmente na primeira infância, pois é nela que ocorre a formação do caráter da criança, por isso é tão importante que hábitos, atitudes e valores sejam bem trabalhados nesta idade, na formação de um aluno crítico e que saiba argumentar defendendo seus direitos e sabendo dos seus deveres. Estamos preocupados com o nosso dia dia, em busca de poder e mais poder, nossos problemas são os maiores, os piores, sem solução. Não olhamos para nosso próximo com intenção de ajudar, amparar e sim de criticá-lo, ou invejá-lo. Vivemos numa sociedade consumista, onde nos preocupamos em ter e esquecemos do SER. A realidade que nos cerca expressa a barbárie e está repleta de fatores que apontam para o risco da regressão e a volta de uma nova Auschwitz, é só assistirmos os jornais na televisão que mostra essa realidade de violência, mortes. As crianças estão vivendo em ambientes vulneráveis, sendo fácil entrar no mundo da marginalidade. Acredito que precisamos combater a “indiferença à dor” (de si mesmo e, principalmente, do Outro). Tento diariamente trabalhar isso com meus alunos, pois como tenho alunos Deficiêntes Visual na sala, estou sempre trabalhando as diferenças e o respeito entre eles, o respeito à dor de cada um e suas dificuldades, quando um aluno cego cai, se machuca, precisa ir ao banheiro, é o ajudante do dia que auxilia ele, e logo falo que isso pode acontecer com qualquer um de nós. Peço para ser o ajudante, pois como cada dia é um ajudante diferente, todos alunos irão ajudá-lo, sei também que não é o suficiente, mas é uma sementinha. Com certeza a falta de amor hoje pela pessoa do próximo poderia levar a uma repetição de uma nova Auschwitz. E nós educadores o que estamos fazendo para mudar essa realidade? Acredito que a escola deve ser remodelada, deve-se fazer com que os métodos de ensino nas escolas sejam dinâmicos, usar mais o afeto, a solidariedade que proporcionem aos alunos meios para interagirem e se tornarem parte da escola, fazendo com esses alunos sintam-se responsáveis pela escola, gostem de estar na escola. É preciso que a mudança ocorra dentro de cada um de nós e que passamos a acreditar no poder de uma educação transformadora. Paulo Freire enfatiza o ato pedagógico, como uma ação que não consiste em comunicar o mundo, mas criar dialogicamente, um conhecimento do mundo, isto é, o diálogo leva o homem a se comunicar com a realidade e a aprofundar a sua tomada de consciência sobre a mesma até perceber qual será sua práxis na realidade opressora para desnudá-la e transformá-la. Acredito que é esse o caminho para conquistarmos uma educação transformadora.

sábado, 23 de maio de 2009

Ao ler o texto \"Conhecendo o aluno com deficiência física\", capítulo I de Rita Bersch e Rosângela Machado, lembrei de uma aluno que tive com Síndrome de Down e percebi na frase deste texto \"Aprendemos aquilo que vivenciamos\", que isso realmente acontece, principalmente com as criança em fase de desenvolvimento, pois esta aluna foi praticamente criada pelo irmão que na época tinha 9 anos. Quando a irmã nasceu este irmão não sabia do problema dela, então ele lidava com ela como sendo uma criança como qualquer outra. Quando ela iniciou na minha turma, ela tinha 8 anos e notei que já sabia comer sozinha, igual as outras crianças, sem dificuldade nenhuma, respeitava os colegas, só era um pouco agressiva quando contrariada. Ao conversar com o irmão ( já com 22 anos), fiquei sabendo que ela foi criada por ele, e que os dois brincavam todos os dias na rua jogando futebol com os amigos vizinhos, acredito que por isso que ela já estava mais socializada. Ela comia sozinha, por que ele ensinou desde pequena a segurar a colher. Fiquei encantada com a entrevista com o irmão que ela tanto adorava. Mas uma coisa me chamava a atenção, quando ela ia ao banheiro, ela voltava toda molhada nas calças, na região da virilha. Várias vezes aconteceu isso e um dia eu fui espiar ela no banheiro e vi que ela urinava de pé, em frente ao vaso, claro, ela via o irmão e fazia igual. Chamei novamente o irmão e conversamos ele ensinou como ela deveria fazer e tudo se resolveu. É incrível, mas como se afirma no texto, eles aprendem tudo, é só ter paciência e como diz a professora Liliana \"criatividade\". Sem dúvida, se oportunizarmos espaços adequados de convivência, estímulos corretos e não privarmos o aluno de ricas experiências, convivências com alunos de diferentes realidades, iniciarão a inclusão social da criança.\ Isso no texto lido se confirma, mas é uma pena que não é isso que vemos na nossa realidade escolar, até por que essa minha aluna de Síndrome de Down teve que ficar 2 anos comigo, pois a professora do ano seguinte ameaçou pedir demissão se ela entrasse na sala dela, é triste falar isso, mas é a realidade de nossas escolas, mas assistindo ao DVD sobre Atendimento Educacional Especializado, cria-se uma esperança de mudança dessa realidade, esse documentário nos mostra como deveria ser uma verdadeira inclusão, com atendimento individual para cada situação, salas de recurso de dar inveja, professores especializados, trabalho em equipe, tudo que um aluno de inclusão precisa mostra nesse documentário, e saber que é direito deles ter tudo isso e precisamos brigar, lutar quase chorar para conseguir o mínimo, que é o que tenho na minha escola, só o mínimo. Deixo uma frase dita neste documenetário que adorei: \'A concepção de ensino aprendizagem deve ser revisado\". Eu só acrescento uma palavra \"URGÊNCIA\".

segunda-feira, 18 de maio de 2009


"O Clube do Imperador"

Assistido ao filme "O Clube do Imperador", fiquei pensando na atitude do professor, quando ele muda a nota do aluno com o objetivo de ajudá-lo, dando um voto de confiança e esse aluno o decepciona. Eu confesso que acontece comigo em relação a avaliação dos meus alunos, que muitas vezes o aluno não foi muito bem numa determinada atividade, então eu mudo seu conceito, para não decepcioná-lo, pois sei que se esforçou, se dedicou, mas naquele momento não foi feliz ao realizar aquela atividade. Até que ponto isso é certo ou errado? Muitas vezes nós educadores nos deixamos levar pelos sentimentos, e foi apostando neste aluno, que o professor sacrificou o outro. Penso que é apostando no aluno que conseguimos muitas vezes o sucesso, outras o fracasso. Como é difícil para nós professores sabermos até onde pode ir esse sentimento. Até onde não prejudico meu aluno? Quantos novos alunos desafiadores recebemos, nos testando, nos desafiando, nos "tirando do sério". Como agir com alunos assim? Às vezes ficamos bitolados numa nota e não valorizamos o aluno como um todo, sua experiências, realidade o seu conhecimento que vem de casa, é mais cômodo para o professor dar um "nota" e pronto, sem envolvimento. É um filme que nos faz pensar e repensar nossos princípios e atitudes.

domingo, 17 de maio de 2009


ENTREVISTA COM ALUNOS NEGROS

Os negros foram discriminados pelo homem branco, desde o início da colonização brasileira, eram tratados como seres inferiores em função de sua cultura, cor ou condição social.

Lendo o texto de Marilene Leal Pare, notei que o que acontece ou aconteceu com esses alunos entrevistados é o mesmo que acontece com a maioria dos negros e isso afeta muito sua auto-estima e conseqüentemente seu desempenho escolar. Acredito que esse é um dos motivos para o alto índice de evasão e de repetência do aluno negro. A discriminação e o preconceito estão diluídos na educação brasileira em todas as regiões do Brasil, causando graves conseqüências, especificamente no que se referem à identidade dos afrodescendentes favorecendo, portanto a evasão escolar. A escola, por sua vez, não se abstém dessas práticas de falsa democracia, ou seja, ainda não é capaz de se livrar de práticas discriminatórias de ordem racial implementadas no cotidiano das salas de aula. Respeitar as diferenças é um dos princípios básicos da democracia. Cada povo, cada raça, cada cultura tem identidade própria, peculiaridades que resistem à globalização da economia e da comunicação. A construção de uma sociedade mais justa e feliz ocorre no cotidiano das pessoas com a prática de atitudes positivas em todas as relações humanas, sejam elas familiares profissionais ou comunitárias.

Infelizmente ainda temos em nossa sociedade, uma grande parcela da população acostumada a ouvir não para a saúde, a educação, a comida e outras necessidades básicas desde os tempos do tataravô. Esse quadro precisa ser revertido, e depende da ação de cada um de nós enquanto cidadãos, exigindo de nossos governantes uma postura mais firme, para que possamos realizar o sonho de um dia quem sabe, vivermos numa sociedade mais justa e democrática.