Vivemos em uma sociedade em que a "letra", isto é, a escrita está por toda parte e as pessoas precisam "se virar" no seu cotidiano, independentemente de saberem ler ou escrever, independentemente de terem freqüentado uma escola. Portanto há muitas pessoas, chamadas analfabetas, que são "letradas", embora não tenham sido escolarizadas. Como vivem em contato com a escrita, tomam ônibus, manuseiam dinheiro, etc., da sua maneira "lendo", mediadas pelas cores, pelos algarismos, e até pelas letras. Por isso o letramento é um processo que acontece na escola, na igreja, no sindicato ou em outras instituições, é um conceito mais amplo que alfabetização. Como o texto de Kleiman afirma: “a escola, sendo a mais importante agencia de letramento, não se preocupa com o letramento social e sim com um tipo de letramento, o escolar”. Realmente a escola preocupa-se apenas em ensinar a escrever e ler, ensinar o código da língua escrita, entende-se por alfabetizado o indivíduo que aprendeu a ler e a escrever, o que é considerado de fundamental importância para que o aluno avance para as séries seguintes. Com isso o aluno é alfabetizado, mas não é letrado. Ele lê o que está escrito, mas não consegue compreender, interpretar o que leu e isso faz deste indivíduo, alguém com muitas limitações, pois se ele não interpreta ou compreende corretamente, ele terá problemas em todas as disciplinas que fazem parte do seu currículo escolar. Nós professores precisamos valorizar as diferentes formas de letramento, valorizar o conhecimento que cada aluno trás consigo ao entrar na escola e que esse aluno além de aprender a ler e a escrever, possa saltar os muros da escola e enxergar a leitura e a escrita em sua função social. Dentro do possível, nas minhas aulas procuro desafiar os alunos, tentar fazer com que eles achem alternativas diferentes para um problema. Um exemplo simples, foi na hora do conto, onde contei a história dos três porquinhos, onde depois da história contada os alunos deveriam inventar um outro final, mas a Chapeuzinho Vermelho deveria aparecer na história. Eles acharam engraçado, mas todos se divertiram realizando a atividade. Acredito que naquele momento eles usaram além da escrita, muita criatividade. Procuro trabalhar com jornais, eles escolhem um frase do jornal que chamou a atenção e tentam explicar para os colegas do que se trata, dependendo da reportagem, às vezes gera até polêmica.
sábado, 19 de setembro de 2009
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Um comentário:
Uma ótima postagem Ana :-)
Completa nos argumentos e nas evidencias...
Parabéns!
Beijos
Melissa
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