Adorno ressalta que a principal meta da educação deve ser a de evitar que Auschwit se repita, para que a civilização não passe por tudo que já passou. A estrutura básica da sociedade como os seus membros, responsáveis por termos chegado onde estamos, não mudaram nesses vinte e cinco anos e isso nos assusta.Temos de ter sempre presente que mesmo nos dias atuais, onde a educação está mais presente pelo fato de termos uma quantidade maior de recursos do que na época de Auschwitz, o mundo não dá tanto valor a ela sendo forma de desbarbarização. Ao falar de educação Adorno ressalta a importância da educação infantil, principalmente na primeira infância, pois é nela que ocorre a formação do caráter da criança, por isso é tão importante que hábitos, atitudes e valores sejam bem trabalhados nesta idade, na formação de um aluno crítico e que saiba argumentar defendendo seus direitos e sabendo dos seus deveres. Estamos preocupados com o nosso dia dia, em busca de poder e mais poder, nossos problemas são os maiores, os piores, sem solução. Não olhamos para nosso próximo com intenção de ajudar, amparar e sim de criticá-lo, ou invejá-lo. Vivemos numa sociedade consumista, onde nos preocupamos em ter e esquecemos do SER. A realidade que nos cerca expressa a barbárie e está repleta de fatores que apontam para o risco da regressão e a volta de uma nova Auschwitz, é só assistirmos os jornais na televisão que mostra essa realidade de violência, mortes. As crianças estão vivendo em ambientes vulneráveis, sendo fácil entrar no mundo da marginalidade. Acredito que precisamos combater a “indiferença à dor” (de si mesmo e, principalmente, do Outro). Tento diariamente trabalhar isso com meus alunos, pois como tenho alunos Deficiêntes Visual na sala, estou sempre trabalhando as diferenças e o respeito entre eles, o respeito à dor de cada um e suas dificuldades, quando um aluno cego cai, se machuca, precisa ir ao banheiro, é o ajudante do dia que auxilia ele, e logo falo que isso pode acontecer com qualquer um de nós. Peço para ser o ajudante, pois como cada dia é um ajudante diferente, todos alunos irão ajudá-lo, sei também que não é o suficiente, mas é uma sementinha. Com certeza a falta de amor hoje pela pessoa do próximo poderia levar a uma repetição de uma nova Auschwitz. E nós educadores o que estamos fazendo para mudar essa realidade? Acredito que a escola deve ser remodelada, deve-se fazer com que os métodos de ensino nas escolas sejam dinâmicos, usar mais o afeto, a solidariedade que proporcionem aos alunos meios para interagirem e se tornarem parte da escola, fazendo com esses alunos sintam-se responsáveis pela escola, gostem de estar na escola. É preciso que a mudança ocorra dentro de cada um de nós e que passamos a acreditar no poder de uma educação transformadora. Paulo Freire enfatiza o ato pedagógico, como uma ação que não consiste em comunicar o mundo, mas criar dialogicamente, um conhecimento do mundo, isto é, o diálogo leva o homem a se comunicar com a realidade e a aprofundar a sua tomada de consciência sobre a mesma até perceber qual será sua práxis na realidade opressora para desnudá-la e transformá-la. Acredito que é esse o caminho para conquistarmos uma educação transformadora.
Um comentário:
Oi Ana..
Ótima postagem :-)
Para estar perfeita e completa só ficou faltando colocar como tens trabalhado "as diferenças e o respeito entre eles, o respeito à dor de cada um e suas dificuldades". Um exemplo, entende?!
Beijinhos
Melissa
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