domingo, 31 de maio de 2009

Fazendo a leitura do texto: "Os índios no Brasil - Quem são e Quantos são", percebi que falar de índios no Brasil significa falar de uma diversidade de povos. Muito antes da invasão européia, eram os índios que habitavam nossas terras. Uma denominação genérica, provocada pela primeira impressão que Colombo teve, pensando que tinha chegado às Índias. Mesmo depois de descobrir que não estavam na Ásia, continuaram a chamá-los de índios ou indígenas. Para eles o índio representava um ser sem civilização, sem cultura, incapaz, selvagem, preguiçoso, traiçoeiro etc. Os povos indígenas, por pressão políticas, econômicas e religiosas ou por terem sido despojados de suas terras e estigmatizados em função dos seus costumes tradicionais, foram forçados a esconder e a negar suas identidades tribais como estratégia de sobrevivência. A partir da década de 1970 surge o movimento indígena, onde os povos indígenas chegaram a conclusão de que manter, aceitar e promover a denominação genérica de índio ou indígena como uma identidade era importante, pois une, visibiliza e fortalece todos os povos originários do atual território brasileiro. Com isso o sentido pejorativo de índio passou a ser uma marca identitária, unindo assim os povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns. Não existe nenhum povo, tribo ou clã com a denominação de índio. Na verdade cada índio pertence a um povo, uma etnia identificados por uma denominação própria. Muitos índios negavam suas identidades e se passavam por cabloco, tentando com isso negar suas origens étnicas. Os povos indígenas brasileiros de hoje são sobreviventes e resistentes da história de colonização européia, estão recuperando aos poucos seu orgulho e sua auto-estima identitária, buscam consolidar um espaço na história e na vida multicultural do país. Segundo os dados da FUNASA a população indígena está dispersa por todo o território brasileiro, concentrando-se na região norte o maior contingente populacional indígena e na região sudeste o menor do país. O reconhecimento da cidadania indígena brasileira, a valorização das suas culturas, possibilitaram uma nova consciência étnica dos povos indígenas do Breasil. Ser índio passou de uma generalidade social para uma expressão sociocultural importante do país. O índio de hoje se orgulha de ser nativo, de ser portador de civilização própria. Esse processo de reafirmação da identidade indígena, está ajudando a recuperar a auto-estima dos índios perdida ao longo dos anos de repressão colonizadora.
Sugiro algumas formas de trabalhar sobre o índio em sala de aula:
· Fortalecer nas escolas o ensino da história e da cultura indígena, valorizando essa cultura e identificando-a como contribuição para nossa cultura atual;
· Identificar o índio como cidadão capaz de estudar, trabalhar de ser uma pessoa como qualquer outra, com seus costumes e cultura.
· Assistir filmes, mostra de artes indígenas, entrevistas, pesquisas sobre o índio e sua cultura;

“Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.” (Augusto Cury)

domingo, 24 de maio de 2009

Adorno ressalta que a principal meta da educação deve ser a de evitar que Auschwit se repita, para que a civilização não passe por tudo que já passou. A estrutura básica da sociedade como os seus membros, responsáveis por termos chegado onde estamos, não mudaram nesses vinte e cinco anos e isso nos assusta.Temos de ter sempre presente que mesmo nos dias atuais, onde a educação está mais presente pelo fato de termos uma quantidade maior de recursos do que na época de Auschwitz, o mundo não dá tanto valor a ela sendo forma de desbarbarização. Ao falar de educação Adorno ressalta a importância da educação infantil, principalmente na primeira infância, pois é nela que ocorre a formação do caráter da criança, por isso é tão importante que hábitos, atitudes e valores sejam bem trabalhados nesta idade, na formação de um aluno crítico e que saiba argumentar defendendo seus direitos e sabendo dos seus deveres. Estamos preocupados com o nosso dia dia, em busca de poder e mais poder, nossos problemas são os maiores, os piores, sem solução. Não olhamos para nosso próximo com intenção de ajudar, amparar e sim de criticá-lo, ou invejá-lo. Vivemos numa sociedade consumista, onde nos preocupamos em ter e esquecemos do SER. A realidade que nos cerca expressa a barbárie e está repleta de fatores que apontam para o risco da regressão e a volta de uma nova Auschwitz, é só assistirmos os jornais na televisão que mostra essa realidade de violência, mortes. As crianças estão vivendo em ambientes vulneráveis, sendo fácil entrar no mundo da marginalidade. Acredito que precisamos combater a “indiferença à dor” (de si mesmo e, principalmente, do Outro). Tento diariamente trabalhar isso com meus alunos, pois como tenho alunos Deficiêntes Visual na sala, estou sempre trabalhando as diferenças e o respeito entre eles, o respeito à dor de cada um e suas dificuldades, quando um aluno cego cai, se machuca, precisa ir ao banheiro, é o ajudante do dia que auxilia ele, e logo falo que isso pode acontecer com qualquer um de nós. Peço para ser o ajudante, pois como cada dia é um ajudante diferente, todos alunos irão ajudá-lo, sei também que não é o suficiente, mas é uma sementinha. Com certeza a falta de amor hoje pela pessoa do próximo poderia levar a uma repetição de uma nova Auschwitz. E nós educadores o que estamos fazendo para mudar essa realidade? Acredito que a escola deve ser remodelada, deve-se fazer com que os métodos de ensino nas escolas sejam dinâmicos, usar mais o afeto, a solidariedade que proporcionem aos alunos meios para interagirem e se tornarem parte da escola, fazendo com esses alunos sintam-se responsáveis pela escola, gostem de estar na escola. É preciso que a mudança ocorra dentro de cada um de nós e que passamos a acreditar no poder de uma educação transformadora. Paulo Freire enfatiza o ato pedagógico, como uma ação que não consiste em comunicar o mundo, mas criar dialogicamente, um conhecimento do mundo, isto é, o diálogo leva o homem a se comunicar com a realidade e a aprofundar a sua tomada de consciência sobre a mesma até perceber qual será sua práxis na realidade opressora para desnudá-la e transformá-la. Acredito que é esse o caminho para conquistarmos uma educação transformadora.

sábado, 23 de maio de 2009

Ao ler o texto \"Conhecendo o aluno com deficiência física\", capítulo I de Rita Bersch e Rosângela Machado, lembrei de uma aluno que tive com Síndrome de Down e percebi na frase deste texto \"Aprendemos aquilo que vivenciamos\", que isso realmente acontece, principalmente com as criança em fase de desenvolvimento, pois esta aluna foi praticamente criada pelo irmão que na época tinha 9 anos. Quando a irmã nasceu este irmão não sabia do problema dela, então ele lidava com ela como sendo uma criança como qualquer outra. Quando ela iniciou na minha turma, ela tinha 8 anos e notei que já sabia comer sozinha, igual as outras crianças, sem dificuldade nenhuma, respeitava os colegas, só era um pouco agressiva quando contrariada. Ao conversar com o irmão ( já com 22 anos), fiquei sabendo que ela foi criada por ele, e que os dois brincavam todos os dias na rua jogando futebol com os amigos vizinhos, acredito que por isso que ela já estava mais socializada. Ela comia sozinha, por que ele ensinou desde pequena a segurar a colher. Fiquei encantada com a entrevista com o irmão que ela tanto adorava. Mas uma coisa me chamava a atenção, quando ela ia ao banheiro, ela voltava toda molhada nas calças, na região da virilha. Várias vezes aconteceu isso e um dia eu fui espiar ela no banheiro e vi que ela urinava de pé, em frente ao vaso, claro, ela via o irmão e fazia igual. Chamei novamente o irmão e conversamos ele ensinou como ela deveria fazer e tudo se resolveu. É incrível, mas como se afirma no texto, eles aprendem tudo, é só ter paciência e como diz a professora Liliana \"criatividade\". Sem dúvida, se oportunizarmos espaços adequados de convivência, estímulos corretos e não privarmos o aluno de ricas experiências, convivências com alunos de diferentes realidades, iniciarão a inclusão social da criança.\ Isso no texto lido se confirma, mas é uma pena que não é isso que vemos na nossa realidade escolar, até por que essa minha aluna de Síndrome de Down teve que ficar 2 anos comigo, pois a professora do ano seguinte ameaçou pedir demissão se ela entrasse na sala dela, é triste falar isso, mas é a realidade de nossas escolas, mas assistindo ao DVD sobre Atendimento Educacional Especializado, cria-se uma esperança de mudança dessa realidade, esse documentário nos mostra como deveria ser uma verdadeira inclusão, com atendimento individual para cada situação, salas de recurso de dar inveja, professores especializados, trabalho em equipe, tudo que um aluno de inclusão precisa mostra nesse documentário, e saber que é direito deles ter tudo isso e precisamos brigar, lutar quase chorar para conseguir o mínimo, que é o que tenho na minha escola, só o mínimo. Deixo uma frase dita neste documenetário que adorei: \'A concepção de ensino aprendizagem deve ser revisado\". Eu só acrescento uma palavra \"URGÊNCIA\".

segunda-feira, 18 de maio de 2009


"O Clube do Imperador"

Assistido ao filme "O Clube do Imperador", fiquei pensando na atitude do professor, quando ele muda a nota do aluno com o objetivo de ajudá-lo, dando um voto de confiança e esse aluno o decepciona. Eu confesso que acontece comigo em relação a avaliação dos meus alunos, que muitas vezes o aluno não foi muito bem numa determinada atividade, então eu mudo seu conceito, para não decepcioná-lo, pois sei que se esforçou, se dedicou, mas naquele momento não foi feliz ao realizar aquela atividade. Até que ponto isso é certo ou errado? Muitas vezes nós educadores nos deixamos levar pelos sentimentos, e foi apostando neste aluno, que o professor sacrificou o outro. Penso que é apostando no aluno que conseguimos muitas vezes o sucesso, outras o fracasso. Como é difícil para nós professores sabermos até onde pode ir esse sentimento. Até onde não prejudico meu aluno? Quantos novos alunos desafiadores recebemos, nos testando, nos desafiando, nos "tirando do sério". Como agir com alunos assim? Às vezes ficamos bitolados numa nota e não valorizamos o aluno como um todo, sua experiências, realidade o seu conhecimento que vem de casa, é mais cômodo para o professor dar um "nota" e pronto, sem envolvimento. É um filme que nos faz pensar e repensar nossos princípios e atitudes.

domingo, 17 de maio de 2009


ENTREVISTA COM ALUNOS NEGROS

Os negros foram discriminados pelo homem branco, desde o início da colonização brasileira, eram tratados como seres inferiores em função de sua cultura, cor ou condição social.

Lendo o texto de Marilene Leal Pare, notei que o que acontece ou aconteceu com esses alunos entrevistados é o mesmo que acontece com a maioria dos negros e isso afeta muito sua auto-estima e conseqüentemente seu desempenho escolar. Acredito que esse é um dos motivos para o alto índice de evasão e de repetência do aluno negro. A discriminação e o preconceito estão diluídos na educação brasileira em todas as regiões do Brasil, causando graves conseqüências, especificamente no que se referem à identidade dos afrodescendentes favorecendo, portanto a evasão escolar. A escola, por sua vez, não se abstém dessas práticas de falsa democracia, ou seja, ainda não é capaz de se livrar de práticas discriminatórias de ordem racial implementadas no cotidiano das salas de aula. Respeitar as diferenças é um dos princípios básicos da democracia. Cada povo, cada raça, cada cultura tem identidade própria, peculiaridades que resistem à globalização da economia e da comunicação. A construção de uma sociedade mais justa e feliz ocorre no cotidiano das pessoas com a prática de atitudes positivas em todas as relações humanas, sejam elas familiares profissionais ou comunitárias.

Infelizmente ainda temos em nossa sociedade, uma grande parcela da população acostumada a ouvir não para a saúde, a educação, a comida e outras necessidades básicas desde os tempos do tataravô. Esse quadro precisa ser revertido, e depende da ação de cada um de nós enquanto cidadãos, exigindo de nossos governantes uma postura mais firme, para que possamos realizar o sonho de um dia quem sabe, vivermos numa sociedade mais justa e democrática.


sábado, 2 de maio de 2009


MOSAICO - ETNIAS

Este trabalho com as crianças foi muito interessante, pois na forma como os alunos expressaram suas percepções eu encontro indícios de não existir discriminação, porque ao trabalharmos com a atividade de elaborar um mosaico étnico-racial em conjunto com meus alunos, eles não optaram unicamente por gravuras de crianças perfeitas fisicamente e aparentemente felizes. Uma de suas escolhas foi a imagem de uma cadeirante, eles se emocionaram e queriam encontrar mais gravuras de cadeirante. Outra escolha foi a imagem de um índio, eles elogiaram suas vestimentas, disseram que eram os índios mesmos que faziam suas roupas. Como eu disse no meu trabalho, espero que essas crianças continuem abertas para novos conhecimentos, sem preconceitos que nós adultos acabamos inserindo no dia dia.