sexta-feira, 25 de setembro de 2009


Lendo o texto\\\"Alfabetização e Pedagogia do EMPOWERMENT\\\" de Henry Giroux, fiquei me perguntando que palavra é essa. Resolvi fazer uma pesquisa no google sobre o significado da palavra, ao ler as explicações, entendi que o termo empowerment significa delegação de autoridade, confiar nas pessoas, dando-lhes liberdade e autonomia de ação. Uma palavra tão estranha com um significado claro e simples de se entender.
O movimento de empowerment é consequência de uma mudança no significado de autonomia e responsabilidade dos indivíduos, e de uma maior consciência dos mecanismos de discriminação e exclusão que se geram na sociedade. O objetivo do empowerment é lutar contra a opressão, fortalecer em direitos e em participação, grupos, pessoas ou populações sujeitos a discriminação e exclusão. Favorece a participação dos cidadãos na vida social, econômica, política e cultural, e uma distribuição mais justa dos recursos, seria o fim da desigualdade. Para atingir este objetivo tem que haver também um processo de distribuição de poder. Fiquei me perguntando o quanto a minha pedagogia é empowerment, realmente faço pouco neste sentido, às vezes para evitar certos conflitos em aula, acabo decidindo pelo aluno, o que está errado. Mas acredito que uma atividade simples que faço em sala de aula, trabalha um pouco com esse conceito que é o ajudante do dia, onde ele é responsável por algumas atividades, organização da sala, entrega de materiais, é delegado a ele algumas responsabilidades. Como diz no texto: "Ser alfabetizado não é ser livre, é estar presente e ativo na luta pela reivindicação da própria voz, da própria história e do próprio mundo". Penso que essa frase simplifica tudo o que devemos querer do nosso aluno. É uma caminhada longa, temos que ser persistentes e ter paciência.

sábado, 19 de setembro de 2009


Vivemos em uma sociedade em que a "letra", isto é, a escrita está por toda parte e as pessoas precisam "se virar" no seu cotidiano, independentemente de saberem ler ou escrever, independentemente de terem freqüentado uma escola. Portanto há muitas pessoas, chamadas analfabetas, que são "letradas", embora não tenham sido escolarizadas. Como vivem em contato com a escrita, tomam ônibus, manuseiam dinheiro, etc., da sua maneira "lendo", mediadas pelas cores, pelos algarismos, e até pelas letras. Por isso o letramento é um processo que acontece na escola, na igreja, no sindicato ou em outras instituições, é um conceito mais amplo que alfabetização. Como o texto de Kleiman afirma: “a escola, sendo a mais importante agencia de letramento, não se preocupa com o letramento social e sim com um tipo de letramento, o escolar”. Realmente a escola preocupa-se apenas em ensinar a escrever e ler, ensinar o código da língua escrita, entende-se por alfabetizado o indivíduo que aprendeu a ler e a escrever, o que é considerado de fundamental importância para que o aluno avance para as séries seguintes. Com isso o aluno é alfabetizado, mas não é letrado. Ele lê o que está escrito, mas não consegue compreender, interpretar o que leu e isso faz deste indivíduo, alguém com muitas limitações, pois se ele não interpreta ou compreende corretamente, ele terá problemas em todas as disciplinas que fazem parte do seu currículo escolar. Nós professores precisamos valorizar as diferentes formas de letramento, valorizar o conhecimento que cada aluno trás consigo ao entrar na escola e que esse aluno além de aprender a ler e a escrever, possa saltar os muros da escola e enxergar a leitura e a escrita em sua função social. Dentro do possível, nas minhas aulas procuro desafiar os alunos, tentar fazer com que eles achem alternativas diferentes para um problema. Um exemplo simples, foi na hora do conto, onde contei a história dos três porquinhos, onde depois da história contada os alunos deveriam inventar um outro final, mas a Chapeuzinho Vermelho deveria aparecer na história. Eles acharam engraçado, mas todos se divertiram realizando a atividade. Acredito que naquele momento eles usaram além da escrita, muita criatividade. Procuro trabalhar com jornais, eles escolhem um frase do jornal que chamou a atenção e tentam explicar para os colegas do que se trata, dependendo da reportagem, às vezes gera até polêmica.

domingo, 13 de setembro de 2009


PLANEJAR

Lendo o texto: Planejamento: em busca de caminhos. De Maria Bernadette Castro Rodrigues. Fiquei pensando no início da minha carreira de professora, quando eu fazia o planejamento pensando se a supervisora iria gostar, muitas vezes até mostrava para ela antes de aplicar, para ela aprovar ou não. Com isso concordo com a colocação da autora: "o planejamento banalizava-se em um ato meramente burocrático". Realmente o ato de planejar era mecânico e muito pouco voltado ao interesse dos alunos. Com o tempo de trabalho e a experiência penso que mudei, hoje vejo o meu planejamento e noto o quanto está diferente. Acredito que planejar requer criatividade, prioridades, conhecer o seu aluno, sua realidade e ser flexível. Deve-se levar em conta a necessidade de aprendizagem dos alunos, os interesses dos alunos. O planejamento é uma atividade de reflexão sobre o que vamos ensinar; como ensinar; quando vamos ensinar; e o que, quando e como avaliar. É importante o professor ter em mente replanejar o trabalho frente a novas situações que aparecem no decorrer das aulas. Muitas vezes cheguei em sala e meu plano não deu certo, lembro-me de uma certa tarde que cheguei na sala com uma caixa de surpresa onde havia objetos de higiene pessoal, pois iria iniciar o projeto "Higiene", mas ao lado da nossa sala tinha um patrola trabalhando, adivinha, ninguém queria ver a caixa e sim olhar pela janela. O que eu fiz, levei todos os alunos perto da patrola, observamos, conversamos com o motorista, os alunos fizeram perguntas para ele. Ficamos algum tempo lá e voltamos para sala, desenhamos o que observamos e os alunos através da escrita espontânea, escreveram o que foi observado. Acredito que essa aula foi muito mais interessante para os alunos do que minha caixa.
Como diz Paulo Freire:
"Quem ensina, aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender".


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

EJA

Lendo o Parecer CEB no 11/2000 - Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos - relator: Carlos Roberto Jamil Cury e alguns sites no google que falavam sobre esse assunto pude perceber que a EJA é considerada de grande importância pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, mas este nível de ensino, em muitas administrações municipais e estaduais, ainda hoje é tratado simplesmente como um ensino fundamental e médio normal, mudando apenas o turno das aulas. Os profissionais que atuam na formação de alunos de nível fundamental e médio, na maioria das vezes, são os mesmo que atuam com alunos da EJA. Este é um dos problemas que a educação de jovens e adultos enfrenta hoje. Não tenho experiência em trabalhar com a EJA, mas acredito que um dos ofícios do professor é trabalhar o conhecimento em sala de aula, da forma mais clara possível para que seu aluno possa ter a oportunidade de analisá-lo e questioná-lo, e não apenas absorver informações. Quando se trata de alunos da EJA, o professor também precisa considerar a bagagem de experiência e conhecimento que seu aluno já possui, para transformar as informações já adquiridas por esse aluno em conhecimento útil, isso deve ser feito em qualquer sala de aula, valorizar a bagagem que seu aluno traz.
O preparo de um docente voltado para a EJA deve incluir, além das exigências formativas para todo e qualquer professor, aquelas relativas às características que diferenciam esta modalidade de ensino.
Durante a leitura percebi que são poucas as políticas oficiais públicas de educação de jovens e adultos, e também poucos os centros de formação dos educadores da EJA. O professor com certeza sempre será uma peça importante no processo de aprendizagem e no desenvolvimento da sociedade. Portanto, ele deve ser bem formado e estar em constante aperfeiçoamento.

domingo, 6 de setembro de 2009


LER E ESCREVER

Acredito que ler e escrever é alfabetizar, levar o aluno ao domínio do código escrito. Ao alfabetizar-se, o aluno não está apenas transpondo a língua que já fala para um outro código, mas está aprendendo uma outra língua, a língua escrita, isto porque a língua que falamos não é a mesma que escrevemos, havendo, assim, aprendizagens específicas que devem ser consideradas por nós, professores. A escola vem se constituindo como espaço privilegiado para a aprendizagem e o desenvolvimento da leitura e da escrita, já que é nela que se dá o encontro decisivo da criança com o ler e o escrever. Para muitas crianças, a escola é o único lugar onde há livros, ou a sala de aula o lugar onde os alunos não estão voltados apenas para a televisão. Assim, cabe a ela a tarefa de levar o aluno a ler e escrever, e persistir nesta aprendizagem entre ensaio e erro, a construir suas próprias hipóteses a respeito do sentido do ele lê e do que escreve, a assumir pontos de vista próprios para escrever a respeito do que vê, inclusive na TV, do que sente, do que viveu, do que leu nos diversos suportes que existem, do que ouviu em aula e do que vê no mundo, promovendo em seus textos um diálogo entre vida e escola, mediado pelo professor, um leitor mais experiente. É na escola que a própria TV pode ser vista de uma forma não apenas lúdica, mas também crítica. É na escola que se pode promover, por meio da leitura, as diferentes aprendizagens de cada área de conhecimento e do mundo. Não é, portanto, uma tarefa simples e, no entanto, possui um grandioso alcance na vida de todo e qualquer estudante: crianças, jovens e adultos. Com minha turma de 2º ano gosto muito de trabalhar a escrita espontânea, com ela as crianças escrevem cada um da sua maneira o tema trabalhado, o passeio realizado, a história contada. Num certo dia os alunos chegaram falando muito sobre a novela "Caminho das Índias", o debate era tanto que desafiei a cada um escrever um final para a novela. Foi muito interessante pois eles escreveram da sua maneira, troacaram idéias com colegas sobre palavras que não sabiam escrever, sobre como escrever o nome de um determinado ator ou atriz. Depois cada um apresentou seu final, eles adoraram a atividade e acxredito que aprenderam muito.


sábado, 5 de setembro de 2009


"A escola deve integrar crianças de diferentes proveniências, com inteligências diversas e com diferentes ritmos de aprendizagem. A heterogeneidade pode ser muito benéfica: “convém proceder de modo que os mais lentos se misturem com os mais velozes, os menos inteligentes com os mais sagazes, os mais duros com os mais dóceis, e sejam guiados com as mesmas regras e com os mesmos exemplos, tudo para todos". ( Comenio)

Lendo o texto: "Vida e Obra de Comênio", fiquei impressionda, pois, quando se fala de uma escola em que as crianças são respeitadas como seres humanos dotados de inteligência, aptidões, sentimentos e limites, logo pensamos em concepções modernas de ensino. Também acreditamos que o direito de todas as pessoas – absolutamente todas – à educação é um princípio que só surgiu há algumas dezenas de anos. Mas já se passaram 300 anos e ainda continuamos a lutar por uma educação para todos.
Comênio abordou a questão educacional e a necessidade de dar educação a todos, homens mulheres, de todas as classes sociais, de forma igual. Ouvimos esse mesmo discurso em palestras, reuniões e debates sobre Educação, só que muito pouco mudou em tanto tempo. Comênio chama a atenção para respeitar a capacidade de compreensão do aluno, não sobrecarregar as aulas, progredir do fácil para o difícil, cuidar da motivação dos alunos. Então me questiono: Por que os quadros negros em sala de aula estão cheios de textos para os alunos copiarem, muitas vezes sem saberem do que se trata? Onde está a motivação dos alunos? Onde estamos errando?
A prática escolar, para Comênio, deveria imitar os processos da natureza. Nas relações entre professor e aluno, seriam consideradas as possibilidades e os interesses da criança. O professor passaria a ser visto como um profissional, não um missionário, e seria bem remunerado por isso. E a organização do tempo e do currículo levaria em conta os limites do corpo e a necessidade, tanto dos alunos quanto dos professores, de ter outras atividades. Na minha opinião isso seria a verdadeira "Educaçao Escolar".